A lipoaspiração é uma das cirurgias plásticas mais realizada no Brasil e no mundo. A sua invenção e posterior disseminação pelo francês Yves-Gerard Illouz mudou o panorama das cirurgias estéticas. Diante do crescente número, cada vez mais mulheres (e homens) despertam o interesse pelo assunto, surgindo então muitas dúvidas sobre o tema. O propósito deste nosso pequeno texto é tentar esclarecer algumas delas.
Em primeiro lugar, vamos explicar em que consiste a lipoaspiração: por meio de mínimas incisões (cerca de 1cm, em áreas escondidas do corpo, como na linha do biquíni e no umbigo) inserimos uma cânula, sem pontas e com orifícios que permitem a soltura e sucção do tecido adiposo (gordura). Mas atenção: o procedimento é indicado para tratar áreas de gordura localizada, não sendo este um procedimento para emagrecer de um modo geral. Como acabamos por dar uma nova modelagem ao corpo do paciente, a cirurgia acaba por também ser chamada de lipoescultura. Mas e os riscos, eles existem?
Apesar de incisões pequenas, é uma cirurgia, e deve ser respeitada como todas as outras. Para isso, alguns cuidados são fundamentais. A começar pela escolha de um profissional capacitado para realizar o procedimento. Muitas das vezes, complicações surgem pela má técnica aplicada por um médico que não fez o treinamento adequado. Em seguida, uma avaliação pré-operatória bem feita minimiza os riscos inerentes a essa cirurgia. Existem medicações que devem ser suspensas antes da cirurgia, assim como outros fatores, e o cigarro é um exemplo.
A realização do procedimento deve ser feita em ambiente seguro, com estrutura hospitalar e suporte anestésico. Isso se traduz em maior conforto e segurança para o paciente. Ainda, medidas pós-operatórias irão ajudar na recuperação e são fundamentais no resultado ideal. Tendo essas considerações em mãos, não existe nenhum dado estatístico que mostre que a lipoaspiração é uma cirurgia com índice de complicações maiores que as demais.
Segurança em cirurgia plástica é algo fundamental para o cirurgião plástico nos dias atuais. O respeito aos limites (por exemplo, da gordura a ser aspirada),ao paciente, aos seus anseios e dúvidas, assim como um adequado esclarecimento, são os requisitos principais para um bom resultado operatório e completo bem-estar do paciente.
Nunca, em hipótese alguma, devemos ultrapassar os limites da segurança na cirurgia plástica para buscarmos resultados idealizados. A perfeição, os resultados estéticos, são subjetivos. O ato médico, este deve ser objetivo, respaldado em pesquisa e estatística. Não obedecer aos seus princípios consiste na origem dos problemas.
Prof. Thiago Ayres Holanda
Cirurgião Plástico pelo Instituto Ivo Pitanguy
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Membro da International Society for Aesthetic Plastic Surgery
Membro Adjunto do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
* Imagens com recortes da arte do pintor colombiano Fernando Botero. (Wikiart, Toilet de manhã, 1971 e Monalisa, 1978).
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